quinta-feira, 24 de março de 2011

Nosso lar

Vô querido, aquela casa abriga tantas lembranças, tantas recordações de nossa família.. Aquelas paredes seguraram tantas fotos nossas: de nascimentos, casamentos, aniversários.. Enfim, todos ele, bons momentos!

Quando vou visitá-la, me dá um aperto! Como não te procurar? Como não te encontrar e aceitar isso numa boa? Como não recordar? E mais: como não remoer?

Nunca mais pisei naquele piso da mesma forma. Antes, por vezes, o barulho de meus pés nele já entregava a alegria que eu sentia de chegar na sua casa. Não só porque você estava lá, ás vezes você nem estava... A questão é que depois de sua morte, não há vida verdadeira lá! A ansiedade que eu sentia, vontade de chegar logo, falar com todo mundo, rir, ganhar abraços apertados, sorrisos gostosos, estar com a minha querida família, não existe mais. Não do jeito que já foi um dia.

Acho que isso aconteceu com todos nós, nos fechamos um pouco... Nos amamos muito, mas há um quê de desconforto desde que você se foi... Falta uma peça do quebra-cabeça, falta você!

Um dia nos encontraremos, né vô? Só queria que agora você pudesse ler essas palavras ou, ao menos, saber do que eu sinto, saber das saudades que você deixou, saber da falta que você nos faz, mesmo quando tudo parece bem... Falta um pouco de vida, sabe? Fica faltando alguém grosso e arrogante por fora, mas que, no fundo, é frágil e muito amável...

Um comentário:

  1. As I said earlier, I am sure, so sure, your grandfather would have loved this, would have been so proud of you - and maybe I should say he does love it and is so proud, cause somehow he is alive in you... And yes, you will both somehow, someway meet again, and he will read it. Despite the saudade you feel, and probably you will always feel, for him, he'll always be with you, listening, watching, and reading your poetry. Be sure of that!

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