terça-feira, 14 de junho de 2011

Mil facetas de mim mesma

Hoje, me lendo, percebi que sempre vaguei por vários universos bem distintos um do outro...
Só na escola, eu era amiga dos inteligentes, da galera do fundão, dos professores, dos excluídos.. Além disso, tinha a minha família, o pessoal da igreja, do vôlei, do jazz, do ballet... Depois, o pessoal da outra escola, do inglês, do francês, da dança de salão, da faculdade, da loja, os agregados... Enfim, infinitos grupos me cercavam, companhias certas e tortas, velhas e novas...
E, em cada universo desses, eu era uma Gabrielle. Em alguns, meu lado extrovertido se sobressaía mais, em outros, minha sinceridade se aflorava, em outros, minha teimosia que era a minha marca registrada. Isso sempre me fez muito bem, pude assumir um milhão de eus, eus que são a mistura de elementos meus e elementos que estão à minha volta, eus que são a minha resposta à maneira que as pessoas me tratam, ao ambiente que frequentamos, aos assuntos que conversamos.
Nessa, vou me construindo e me conhecendo, percebendo as várias facetas que eu tenho. Afinal, nós, seres humanos, não somos uma coisa ou outra, mas sim um leque de possibilidades dentro do que a nossa personalidade nos permite. Violenta, por exemplo, está fora do que a minha personalidade me permite, logo não sou violenta com nenhuma das pessoas com quem lido. Porém, posso ser mais ou menos desbocada, mais ou menos largada, mais ou menos vaidosa, mais ou menos carinhosa... Isso vai depender de com quem estou lidando, do lugar que eu estou, da ocasião que se trata. Sou feita de todos esses meus eus... Eles são pedacinhos de mim que eu vou guardando comigo, que vão me ajudando a chegar ao produto final, que sou eu: um eu que se altera a cada dia, a cada convívio com o próximo, a cada palavra, a cada lembrança nova...
Há quem diga que essa história de mudar conforme o ambiente é errado, que é coisa de quem não tem personalidade, de quem finge ser o que não é. Discordo. Isso é balela pra mim. Mudar de acordo com o ambiente é o normal e é uma arte, a arte de se adaptar e de ser mil em um. Me diz se você é o mesmo com o pessoal do seu trabalho e com os seus amigos de infância? Claro que não! Mas a questão é que as pessoas, normalmente, não se abrem a diferentes grupos, escolhendo sempre amigos com personalidades parecidas. Assim, também se comportam de maneira parecida com eles.
Atacar uma pessoa por ela ser várias ao mesmo tempo é subestimar a complexidade da mesma, pura ignorância. Chega a ser falta de auto-conhecimento, porque todos somos mil em um, mas alguns se permitem inovar mais do que outros. O importante mesmo é que o nosso comportamento depende de diversas variáveis, mas a nossa essência é a mesma em todos os grupos, sempre: com certos amigos, você pode viver falando de política e com outros, só de futebol ou de maquiagem, mas o seu olhar, o seu cheiro, o seu sorriso vão ser os mesmos em ambos!
Andamos na terra e nadamos na água, somos feitos pra isso: nos adaptar nos diferentes ambientes. E o que é melhor: andar na terra ou nadar na água? Não tem melhor, as duas coisas podem ser maravilhosas. Nadar num mar cristalino num dia de sol impecável em boa companhia pode ser um programa inesquecível, mas quem vai dizer que passear com seu amor dentre algumas lindas ruazinhas de uma cidade igualmente linda num feriado, deixando todos os problemas de lado, não pode ser um programa tão bom quanto?

mesa de bar

beijo pra cá,
abraço pra lá,
e os comprimentos anunciam o reencontro dos amigos

tanta história pra contar,
a saudade latejando no peito,
se despedindo va-ga-ro-sa-men-te

tanta coisa que vivi que queria ter vivido com vocês,
tanta coisa que viveram que eu também queria ter estado presente,
tanto carinho,
tanta cumplicidade!

lembranças boas e histórias novas,
todas postas sobre a mesa

ouvem-se risos,
nota-se felicidade
ela está estampada nos rostos daqueles mesmos amigos

os velhos olhares,
as antigas manias,
tudo tão agradável!

vontade de que a noite não acabe,
torcida para que tenhamos outra como esta
logo,
em breve,
como antigamente

na despedida,
diversos "eu te amo" são ditos
em forma de abraços,
sorrisos
e apertos de mão

ao mesmo tempo,
aquela saudade já matada,
vai se reinstalando,
se realojando,
tudo de novo,
bem no peito

nua

você
me olha,
me sente,
me invade de um jeito
que meu peito aperta,
e as lágrimas,
ainda que contrariadas,
caem..
você me lê de um jeito..
e então estamos bem novamente
e você entende
o que com palavras não posso explicar

segunda-feira, 13 de junho de 2011

amazing

de repente,
me vejo presa a você
sem nenhuma corrente,
sem nenhuma coleira,
mas presa

presa porque não quero me afastar
presa porque ficar sem você é ruim demais
presa porque suas lembranças não me deixam mais em paz

não vejo mais porque beijar outras bocas
se eu já sei que beijar a sua é sempre melhor
não vejo mais graça em dormir sozinha,
seu lado da cama sente sua falta
o vento frio não me deixa relaxar
a falta do seu abraço deixa o meu coração apertado...

apesar de você ser mais novo,
apesar de tantas vezes parecer tão imaturo,
apesar de tentar me afastar com atitudes tão bobas,
com simples falta de cuidado... sem pensar, sem querer...

apesar de,
é por você que meu corpo chama,
é em você que eu penso ao acordar
é a você que dedico os meus versos...

apesar de,
apesar de,
apesar de,
saiba que eu amo você!