sexta-feira, 11 de maio de 2018

O que ficou pelo caminho?



Joguei da janela do 7o andar
Pedaços inteiros repletos de história
Fotografias, móveis, frases e sonhos
Deixei a dor pelo corredor
E, dentro dos armários,
Tímida, oca, sem voz
Fui seguindo, erguendo a cabeça flutuante
Que pairava no ar,
Sem pescoço.
Repito e repito os vestígios de pedaços
Buscando historicizar este tempo sem roteiro,
Esta história que furtei de mim

Pelo caminho, fiquei eu
Aquela em mim amada e odiada
A mãe que eu fui para amim
Ela ficou, no corredor, nos armários e nos cacos
que caíram da janela

E eu, fiquei orfã de mim

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