sexta-feira, 18 de março de 2016

vibrando juntas

para minha amiga isa, com afeto



e aquela folgada da
angústia
chega chegando,
já se sentindo
em casa;
se instaura sem pedir licença,
bagunça tudo,
espaçosa
e vai tomando de nós nossas ilusões
fundadoras;
e sai nos jogando no vazio,
entre nada e qualquer coisa
indizível,
logo ali na esquina com o
desamparo.

e, às vezes,
em meio a tudo isso,
nada como uma voz amiga
capaz de costurar o vazio no nada
com toque, calma, tom exato
e com aquele aveludado vocal
que tem gosto de afeto
emprestando uma moldura para essa falta
de sentido
e coreografando
os nossos fracassos.

e aí, como que num
instante,
a gente entende
que na dança da vida
não é só o ballet clássico que tem vez;
e por vezes as
quedas
fazem até passos mais graciosos
e definitivamente mais francos

para isso, basta ver com o tato
e mergulhar junto.
afinal, somos todos vibráteis.

Um comentário:

  1. Amiga, obrigada por encontrar, nessas minhas danças desengonçadas, possibilidades de coreografias. Obrigada por entender minhas tragédias gregas e por se divertir comigo nos meus musicais. Nossos, aliás. Shall we keep dancing?

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