Para o meu grande amigo Eoin, quem caminha sempre ao meu lado
Tenho um amigo muito querido que acompanha esse blog desde o início - blog esse que já fez aniversário de 5 anos e continua aqui, aos trancos e barrancos. Na verdade, acho que ele fez bem mais do que acompanhar: foi ele quem me incentivou e talvez tenha sido ele até quem deu a ideia. Volta e meia, ele fala que espera um texto meu sobre e para ele por aqui e, vergonhosamente, este ainda não saiu. Até agora.
Não sei até que ponto ele sabe de todo o bem que já me fez: cada comentário cuidadosamente escrito, cada fala de encorajamento, cada escuta delicada de tantas fases e impressões minhas. É também por ele que eu não deleto os textos antigos que, quando releio, já não sei mais se gosto - e até mesmo aqueles que eu sei que já não gosto mais. Junto a cada um desses, há um (ou vários) comentários desse meu amigo, que leu todas as palavras desse blog - e muitas vezes por mais de uma vez.
É evidente pra mim - e espero que para ele - que a nossa amizade vai muito além disso, mas o recorte da história desse blog diz muito sobre nós dois: cada um com sua vida, medos e desejos, complicações e insônias, traduções e análises, distâncias e proximidades, posicionamentos e silêncios, mas, entre danças inúmeras em palcos tão intrincados e labirínticos, sabemos que temos um ao outro e que o outro fará o que tiver ao seu alcance para acolher quem chama por ele.
Se eu tenho uma certeza na vida, esta é que eu definitivamente tenho bons amigos. Durante muito tempo, foi difícil me cercar de pessoas carinhosas e empáticas com quem eu tivesse uma afinidade (seja essa de qualquer tipo) e que me fizessem bem, mas hoje eu realmente posso dizer que conquistei (e fui conquistada por) boas amizades, repletas de bons encontros. No entanto, a minha amizade com esse querido amigo de quem eu falo já vem de longas datas. Na época, confiar nas uniões afetivas de uma amizade era uma coisa bem difícil para mim, mas ele, aos poucos, me mostrou que já era hora; que ele queria apenas o meu bem e era não só um mero fã, mas principalmente parte de uma torcida participante: um agente do meu bem estar, assim como um agente para os desabafos sobre as tantas agruras dessa vida.
Foram muitos os momentos nos quais os seus estímulos e fomentos se fizeram fundamentais para mim: quando eu prestei o vestibular, quando comecei a dar aula no pré-vestibular comunitário do PECEP, quando fui fazer o meu mochilão de 2 meses sozinha, todas as vezes que decidi sair de um relacionamento que não estava me fazendo bem, quando entrei em crise com a UERJ, quando decidi ir pra Lyon, quando voltei de Lyon, quando decidi morar com o Pedro e, mais pra frente, casar com o Pedro, etc etc etc... Isso é só uma palhinha de tantos os momentos que passamos juntos como observadores participantes da vida do outro, mas o meu ponto é que ele esteve presente em todo e cada movimento meu, como um dos meus maiores fãs e incentivadores - e estou certa de que tudo isso é muito mais do que recíproco.
Há relações na nossa vida que, embora muito valiosas para a gente, é muito difícil para a gente falar sobre. Isso pode parecer uma incongruência, um contrassenso, mas acho que é justamente o oposto: fica difícil falar coisa à altura, desenhar passos com as palavras que façam ecoar algo próximo daquilo. Por muitas vezes, tentei escrever aqui nesse blog sobre esse amigo - num blog que é quase tanto dele quanto meu, me pergunto como é que pode não ter nada sobre e para ele aqui ainda? Eu queria que saísse uma crônica ou uma poesia que passasse as sutilezas de movimentos dessa amizade tão imprevisível, inesperada e surpreendente. O problema é que as minhas tentativas nunca me pareciam ser suficientes para expressar o que essa fraternidade que compartilhamos significa para mim.
Foi aí que eu percebi que eu preciso começar a falar desse afeto já falando porque vai ser bem difícil eu achar que um texto sobre essa amizade não ficou aquém da mesma...
Talvez eu devesse simplesmente mandar tudo isso para você por carta, Eoin, mas acho que tinha que ficar marcado aqui, tatuado nessa espécie de diário virtual - nesse espaço que, pela sua doçura de sempre, já é tanto seu quanto meu. Thank you - ou melhor seria dizer go raibh maith agat?
What can I say... apart from apologizing for taking so long!!!! I really, really loved this. It really touched me and meant so, so, so, much. Our friendship is so special and rare... and your blog has become an even more special way of talking and keeping in touch even when we cannot talk or meet. I wish I could write something much more profound as a reply, but it meant so much to me, that I am speechless.. But I am glad I have been so special for you, meant so much, it makes me happy to know this (well I knew it already, but to see it written down in the amazing way you do). Keep writing my dear friend, always keep writing. I´ll always be here, always by your side and encouraging you!!!! :-) :-)
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