da última estante
aquele quebra-cabeça antigo
com as suas muitas peças
umas cem, talvez duzentas
e as peças caíram todas no chão
e, como num passe de mágica,
elas todas se atraíram
como se ímãs as impulsionassem
a se juntar
assim,
subitamente
se olharam,
acariciaram-se
e se encaixaram
engrenando-se
e ajustando-se
ao som do maracatu que tocava ao fundo
e ajustando-se
ao som do maracatu que tocava ao fundo
e das peças juntas veio um clarão
com gosto bem forte
de epifania
e elas, tão incompreendidas quando sós,
criaram forma e sentido entrelaçadas
e cada uma já tem um pouco da outra em si
nesse código genético tão louco
eu sou um pouco de cada um de vocês, amigos
e vocês tem um quê bem grande de mim
e cada um de nós,
as luzes, ruas e histórias dessa cidade
dessa ville lumière amada
fincamos amor de vieux lyon ao tête d'or
da guillotière à part-dieu
da perrache ao bron
fizemos lyon transbordar com nosso jeitinho brasileiro
e ela, igualmente
se fincou na gente
e em toda a gente
que por aqui passa
de peito aberto,
com fala doce
e cheio de pétalas de rosa no olhar
e ainda que chutem essa nossa junção,
nosso quebra-cabeça repentino,
já tem tanto de vocês em mim
que não tem chute que afaste
essa fluidez apaixonante
e colorida que só ela
yeah another poem... :-) As usual I liked it a hah aha :-) it is different from your more recent poems, much happier (your saudades have disappeared, or are under control..well that is what it sounds like..) It really sounds like you are part of Lyon, maybe you were Lyonnaise in another life :-)
ResponderExcluiri like the metaphor of the jigsaw - and the way you used it, things fitting together, being part of each other.. (which I am sure applies to us as well).
It is a sweet happy poem. It makes me wonder will there be several more like this? I guess i will have to wait...]anyway, keep writing, please...
all typed with val in my lap ha haah