andando rápido entre as ruas,
reparei em você
esperando o ônibus,
de terno e gravata,
misterioso,
apoiado no poste,
com uma barba mal feita,
charmoso,
fumando um cigarro
engraçado,
eu não gosto de cigarros!
pra ser sincera,
os detesto
mas não sei,
algo inocente naquela sua tragada
me hipnotizou
fiquei parada,
nem pensei em quão estúpida aquela cena estava sendo
parei e fiquei te fitando
quase quis esperar pra ver qual ônibus você iria pegar
e criar na minha cabeça toda a história da sua vida
onde mora,
quantos anos,
tem filhos? não, filhos não têm
mas é fumante
por que será que começou a fumar?
e quando?
ah, tantas coisas que eu podia imaginar,
que eu podia inventar...
acordei da distração e segui andando
olhando pra trás de relance
uma vez ou outra
numa dessas vezes,
você estava me encarando
e sorrindo
- que sorriso lindo! -
como quem lesse meus pensamentos
e se você tivesse vindo a meu encontro?
e se eu tivesse dado meia-volta?
não digo que daí sairia uma bela história de amor
isso seria clichê demais!
e essa nem foi a minha vontade ao te observar,
ao te imaginar,
te inventar,
ao te desejar
queria uma aventura com você!
tô precisando tanto me perder..
talvez um 'amor' de verão
já fora de época?
idéia interessante..
engraçado,
a imagem que criei de você
entre os lençois
tragando um cigarro
não me sai da cabeça
o que isso deve querer dizer?
estranho...
ah, meu caro,
da próxima vez
você bem que podia
me chamar de volta
ou ir ao meu encontro
uma aventura
de vez em quando
não faz mal a ninguém
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