abro os olhos e todas as palavras maldosas que havíamos dito na noite passada vêm à minha mente em dose única, tudo de uma vez... ai, que dor de cabeça, que cansaço de brigar, que preguiça de continuar com essa discussão.. discussão que eu e você conhecemos muito bem... e sabemos que não dará em lugar algum!
me levanto e ponho a mesa,
faço café,
esquento os pães,
me recolho,
sento na poltrona e,
antes de dar a primeira mordida no pão,
recheado de requeijão,
você chega
ao contrário do que eu pensava,
nada disse
fez como eu,
sentou-se
mudo
olhou rapidamente em meus olhos
e me deu um sorriso forçado
deixando transparecer
tudo o que havia se perdido entre nós
me subiu uma vontade de chorar,
mas permaneci apática
- café?
- sim, por favor
milhares de coisas se passando pela minha cabeça...
- leite?
- não, obrigado
e o medo daquele ser o nosso último café da manhã juntos me dominava...
- pode me passar a manteiga?
- claro
acho que, sem pensar,
já destruímos o que tínhamos
com coisa tão boba...
com palavras que nunca deveriam ter sido ditas,
com simples falta de cuidado..
- muito bom o café, obrigado
- não foi nada..
que pena,
o brilho nos nossos olhos se foram
- bom dia pra você!
- bom trabalho
você me dá um beijo na testa e sai,
sai por aquela porta para nunca mais voltar..
"acho que, sem pensar,
ResponderExcluirjá destruímos o que tínhamos
com coisa tão boba.../
com simples falta de cuidado../
Sai por aquela porta para nunca mais voltar..."
As usual I liked the poem (and Novela Mexicana)
but I liked this part in particular. It is something very honest, very open (painfully honest?) and very true, which is somethign I really like in your poems. There is also in a way a lot of sadness in them, but in a happy way. You are simply stating things that happened, not moaning about them, so it is kind of a good sadness.. if that makes sense at all...!
Keep writing