Depois de uma bela noite de amor
Beijaste-me a testa respeitosamente e, em seguida, os lábios, carinhosamente.
Beijaste-me e dormistes.
Como consegues? Meus pensamentos estão a mil!
Distraio-me a olhar-te
Ou, mais do que isso,
A contemplar-te.
... Sei que um dia serás completamente meu ...
Todos os poréns,
Nossos aparentes seguidores,
Serão deixados de lado,
Abandonados,
Esquecidos,
Superados.
Como posso saber? É isso que queres que eu te diga?
[Pois bem...]
Sei disso graças aquele momento, o qual tentamos ignorar com teimosia, fingindo que ele nunca aconteceu...
[Você sabe...]
Aquele de depois dos primeiros beijos e abraços apaixonados em nossos reencontros, quando nos encaramos sem querer...
[Droga, por que ainda estamos com esses olhos fixos um no outro?!?!]
... E este encontro de olhares diz muito mais do que as três palavras que não encontram forças para saírem de nossas bocas.
O frio na barriga aparece e estremeço...
Queremos parar de nos fitar, mas é inevitável,
Faz parte do script e não se pode fugir desse roteiro...
Pensamos em milhões de coisas que poderíamos dizer e não selecionamos nenhuma.
Todas elas são ditas através da luz de nossos olhos,
Mesmo que nós nem ameacemos abrir nossas bocas.
Ao nos depararmos com a verdade de que o que temos passa sim de uma mera brincadeira e que somos sim mais do que uma diversão inofensiva,...
- ao contrário do que afirmamos um ao outro e a nós mesmos –
... Viramos-nos de bruços simultaneamente e passamos agora a fitar o teto.
Então,
Sei disso porque ele me olha também,
Como você faz,
Mas não me vê.
E,
Ao contrário do seu olhar,
O dele nada tem a me dizer...
Ha ha... Looking for a poem I hadn't commented on yet...:-) Another old one, the second poem of yours I read, quite a while ago. I still like it though. It's style is quite different from your more recent stuff, but there is still a recongiseable style of yours, the confessional writing, the self-questioning and perhaps what I most like the raw honesty.
ResponderExcluirKeep writing, please... :-0