me é cansativo, as imagens não cessam em me visitar: lembranças e planos, quentes, grandiosos, macios e burgueses. sinto-me fraca, sem forças, sem ímpeto o bastante para seguir. eu sei que não dava mais, mas dói demais. o peso da decisão, o amargo da perda causada, infligida.
foi cedo demais? foi tarde demais? e a relação, se deu por que? e o que ficou dela?
são tantos os questionamentos... e todos eles vão de encontro com as certezas vomitadas por nós dois, certezas que nunca haviam existido para mim.
tudo me parece um filme, uma história que alguém me contou. como que pode acabar e eu não reconhecer quem eu fui e quis ser, quem nós fomos e quem você é?
a estranheza de tudo me inquieta e machuca; me sequestra do presente e se denuncia em lágrimas.
alguns podem pensar que as lágrimas vem fora de hora, ou que já deviam ter secado. pode ser que sim. afinal, há tanto lá fora. há tanto dentro de mim.
mas elas não secaram ainda. se dispersam, se espaçam mais a mais. e tudo só fica mais estranho. aleatório? né possível.
acho que não. tem muito de você em mim, ainda que seja pelo oposto, pela revolta, pelo não.
diferentemente, sinto que cê não me via.
e isso é o que mais dói.
como pode?