segunda-feira, 25 de junho de 2012

pontuação pra quê

chega rindo à toa a menina conclui que talvez tenha bebido vinho demais mas sinceramente nem se importa só demorou um bocado para encontrar as chaves em sua bolsa e mais ainda para abrir a porta a maçaneta parece muito pequena para aquela chave e ambas ficam a discutir um bocado antes de se encaixarem e a menina bebinha conseguir abrir o portão entra sobe as escadas com sua saia longa e um lenço na cabeça olha para o rapaz bonito que a acompanha e fica pensando que hoje ele está mais bonito ainda os dois riem quase tropeçam um no outro e ela disfarçando a quase queda se aconchega no último degrau do primeiro nível de escadas e diz para ele que não tem forças para chegar no quarto andar como quem já já vai bater os pézinhos ele ri acha graça e se encanta mais ainda pela namorada manhosa então levanta ela e a coloca de cabeça pra baixo apoiada em seus ombros subindo escada acima ela reclamando enquanto ri e bate em suas costas ele sorriso estampado parecem dois pombinhos chegando na noite de núpcias a dona rita vizinha chata do 302 desce com seu cachorro e olha feio para aqueles jovens na flor da idade no auge da vida e tão apaixonados e eles nada incomodados dão a ela um bom dia e dois sorrisões estampados no rosto como quem pensa em disfarçar a descontração e depois se pergunta por que disfarçar e desiste aceitando os juízos de valores alheios afinal essa dona rita não incomoda tais jovens corpos e principalmente jovens espíritos agora a questão é mais conturbada ainda ele tem que encontrar a chave da porta do apartamento e abrí-la com as doses do vinho subindo à cabeça e com a sua amada ainda dependurada de cabeça pra baixo apoiada em seu ombro direito mas até que ele tá se virando bem e ela continua batendo em suas costas com os punhos fechados e cada vez rindo e gritando mais me solta ela diz vai amor me solta e eu mera expectadora tinha dito antes que os dois pareciam recém-casados né e agora pergunto por que pareciam e não são não há nada que desconfigure a condição deles de pombinhos em noite de núpcias a não ser o pequeno e ínfimo fato de que não se casaram hoje mas quem se importa eu não e nem ele e nem ela portanto declaro os dois casados para os fins de que tenham a sua noite de núpcias de hoje como bem merecem

Um comentário:

  1. As I already told you, I liked the story (though until the end, I thought it was something personal, about you!!!). It is sweet and kind of magical. I am looking forward to your new stories/poems about other people, but I really like your personal poetry - you have a real gift for that, as I have told you many times. You can make the personal universal and in good Portuguese, simple but good. That is a rare gift.... :-)

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